‘O tempo entre costuras’ e a história da moda

Mais do que um passeio pelo Marrocos ou pela história mundial, O tempo entre costuras também é um passeio pela história da moda – e um dos meus livros favoritos da vida, quem me conhece, sabe. Narrando as conquistas e tristezas da costureira Sira Quiroga, Maria Dueñas arremata sua narrativa com grandes doses de informação sobre o estilo na década de 1930.

A grande estilista da época foi Elsa Schiaparelli, que Sira conhece nas primeiras revistas francesas que consegue fazer chegar ao seu ateliê em Tetuán. Artista, Schiaparelli trouxe o surrealismo das telas de pintura para suas roupas, com peças originais e audazes – chegou a lançar uma linha de chapéus em parceria com Salvador Dalí, seu grande amigo. Foi ela, inclusive, que inventou o rosa-shocking – aliás, tem post só sobre a cor bem aqui, é só clicar. Contudo, sua exuberância não combinaria com os tempos de guerra – e isso Sira Quiroga também perceberá.

O final da década de 1930 e o começo da Segunda Guerra Mundial mudaram a vida das pessoas em diferentes aspectos, inclusive no modo de vestir. As roupas femininas ganharam traços mais masculinos, com ombros acentuados e casacos mais pesados. Mal sabia Sira que, quando desenhou seu primeiro terninho azul-marinho para abrir seu ateliê, que essa seria a paleta dos tempos de guerra: cores neutras e escuras, sombrias como a época.

Em tempos muito distantes do Google, as informações de moda circulavam através das revistas – que, durante a guerra, mal conseguiam circular. As referências de estilo de nossa protagonista são títulos que existem até hoje, como Vogue e Harper’s Bazaar. Com as limitações na produção têxtil neste período, até mesmo os grandes títulos de moda sugeriam que as pessoas reformassem e reaproveitassem suas roupas. 

As aventuras de Sira Quiroga irão muito além da alta costura – mas, para conhecê-las em todos os seus detalhes, somente lendo O tempo entre costuras, best-seller de Maria Dueñas que completa 11 anos de lançamento neste mês. Outra boa dica é assistir a série baseada no livro, disponível na Netflix. Permita-se envolver por essa história!

*texto escrito originalmente para o blog da editora Planeta
**quem resiste ao Apolo como companheiro de leitura?!

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